Rock in Rio: Cara verde que brilha no escuro contagia centenas a favor do ambiente

21 maio 2016

O Rock in Rio, em Lisboa, tem uma quantidade crescente de pessoas de cara verde que brilha no escuro, uma “doença contagiosa” a favor do ambiente que, só na quinta-feira, infetou meio milhar.

O movimento de “cara verde”, (#Faceforgreen) é uma iniciativa da Sociedade Ponto Verde, que promove a recolha seletiva de resíduos, e começou nas redes sociais, estreando-se agora ao vivo no Rock in Rio, o festival que decorre no Parque da Bela Vista, em Lisboa e que hoje vai no segundo dia.

A ideia, como explicou à Lusa o diretor de marketing da Sociedade Ponto Verde, Mário Raposo, é que as pessoas façam uma pintura verde na cara e se fotografem, colocando a fotografia numa rede social com #faceforgreen. “Ao partilhar com a ‘hashtag’ [#, para classificar a palavra] cria-se um movimento de apelo aos jovens, para que participem fazendo a separação de resíduos”, explicou.

Basicamente, o movimento, disse, quer promover a ideia, para que o público “puxe por festivais mais verdes, [para] que haja reciclagem, compensação de emissões, para que o festival tenha preocupações ambientais, porque um festival tem um impacto ambiental e é fundamental que as organizações ajudem a evitar, a prevenir e a compensar esses impactos”.

De acordo com Mário Raposo, o Rock in Rio foi uma das primeiras organizações de festivais de música a preocupar-se com o ambiente e, por isso, o movimento da “faceforgreen” estrou-se na quinta-feira, com um local onde as pessoas aderem, deixando-se pintar de verde – foram mais de 500, só no primeiro dia (que se pintaram e colocaram a imagem com a ‘hashtag’) e hoje a fazer fila, à espera de se contagiarem, apesar do calor.

Mário Raposo admite que muitas das pessoas que chegam ao recinto fazem-no atraídas pela imagem, mas que depois “saem sensibilizadas” com a explicação breve dos propósitos enquanto dura o processo de pintura.

“Não é só pintar por pintar, é um manifesto por festivais mais verdes”, afirma. E, garante, é só “o início de um movimento para estar todo o verão nos festivais”, para que sejam “cem por cento verdes”, para que “Portugal, com os seus quais 150 festivais, contribua para reduzir a sua pegada carbónica e o impacto que os resíduos causam”.

Bruno Santos foi um dos jovens festivaleiros que não se pintou só por pintar. Fê-lo para apoiar a causa “faceforgreen”, para que os espetáculos em Portugal, os festivais de música, “sejam mais amigos do ambiente”, como explicou à Lusa.

Não conhecia o movimento mas aderiu de imediato e, à Lusa, acrescentou: “Acho que aquilo que pudermos melhorar, e ajudar o ambiente, é sempre uma boa causa”.

Irina Soares foi outra das jovens que esperou ao sol para se pintar, porque achou piada, porque está no Rock in Rio para se divertir e, se puder apoiar uma causa, tanto melhor. “Vou já tirar a foto”, garantiu, ainda que admitindo que, quem a vir assim, talvez não associe à defesa do ambiente.

E ainda Bruno Santos: “Não sei até que ponto as pessoas que andam a passear aqui sabem da causa ou têm conhecimento do porquê da cara verde, mas se as pinturas motivarem as outras pessoas, é sempre uma coisa melhor”.

O Rock in Rio Lisboa é um dos poucos festivais no mundo certificado com a norma ISO 20121, de eventos sustentáveis, e o primeiro festival de verão a associar-se à cara pintada de verde, que não para de contagiar.

 

Lusa / Foto: Agência Zero

 

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